ENVELHECER COM AMOR
Fátima Abreu
O carinho de anos levam no
peito...
Rugas, criaram juntos.
As dores apareceram também...
O desgaste do corpo acontece
dia a dia
Chega um ponto, que nada
adianta mais:
É viver bem, o que ainda se
tem...
As palavras doces combinam com
as compotas de frutas...
Ela faz.
Na beira do fogão, sorri
Escuta um barulho na porta da
cozinha
É seu velho companheiro que
entra por ali.
Senta-se na cadeira, já com a
madeira bem gasta pelos anos
Nunca trocaram a mobília,
sempre foi a mesma desde o casamento.
Coisas que trouxeram, ali
ficaram, e o sentimento nostálgico daquela época, reviviam...
Era uma cumplicidade, de toda
uma existência!
Sorriem juntos, choram
também...
Caminham de manhã pelo grande
quintal,
Molhando flores, "aguando
matos", como ele diz
Depois, voltam para a cozinha
Tomam finalmente o café da
manhã
Regados a leite ou mingau
Café, pão e queijo.
Entre uma coisa e outra, um
beijo...
Carinho, não enruga, como sua
pele.
Amor, não sai do coração!
Beijos podem ser dados, ainda
que com cabelos grisalhos...
Cumplicidade, fortalece!
Esse é o fim, que cada um de
nós, merece.
A colcha de retalhos, ela
mesma costurou.
Cobria seu velho companheiro,
Antes de finalmente se deitar
E 'afofar' seu travesseiro.
O cãozinho e o gatinho, também
são seus companheiros:
Deitam-se com o casal, tão
logo percebam o silêncio da noite.
Aos pés deles, ficam
quietinhos...
E na madrugada fria de
inverno,
Cada um se esquenta no calor
do outro,
A colcha, é apenas um detalhe.
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