Reencontros
Ao longo do meu trabalho como terapeuta, aprendi muita coisa
com as pessoas e com suas histórias e tirei do conceito importantes
ensinamentos como a lei do Karma. Quando me deparei logo na juventude com
ensinamentos sobre o karma, a princípio fiquei muito satisfeita porque fazia
muito sentido pensar que havia uma Lei Maior regendo o mundo e as milhares de
experiências humanas. O karma explicava o porquê de nascermos numa família
pobre ou rica, explicava porque de relações complicadas entre familiares,
falava de resgates e de aprendizados relacionados ao perdão etc. Mas chegou um
momento de inquietação quando fiquei mais velha e esses grandes conceitos e
idéias tiveram que ser praticados, e muitas vezes vividos por mim. Devo
confessar que algumas questões e aprendizados vieram bem a contra-gosto.
Jovem, apaixonada, eu não queria ouvir falar que a minha
relação amorosa era kármica, que aquele rapaz era um resgate. Queria apenas
imaginar que seria feliz para sempre. Aliás, olhava para fora, para as outras
pessoas e deduzia que suas histórias, que seus relacionamentos eram perfeitos.
Assim, nada mais natural que tudo desse certo na minha vida.
Certo? Errado porque estava olhando as situações de fora
para dentro. Estava julgando pelas aparências e tirando conclusões apenas por
uma visão limitada. Enquanto que vivendo minha própria história me via cheia de
desafios, de confronto com as pessoas, de relações sem entendimento. E é claro,
sofrendo muito, e foi nessa época que comecei a questionar o karma. Queria
entender se tinha o direito de mudar alguma coisa, se podia desistir de um
casamento kármico, se poderia fazer minha vida ser diferente. Porque não queria
aceitar o sofrimento como uma sentença imutável.
Quando, finalmente, deparei-me com a Terapia de Vidas
Passadas e me envolvi no processo, a visão se abriu. Comecei a entender que
podemos mudar que, na verdade, encarnamos para evoluir, e evoluir significa
fazer novas escolhas frente a velhos desafios.
Sempre explico para meus clientes que é natural reencontrar
pessoas do nosso passado e sentir por elas uma grande atração. Sentimentos
profundos de que já conhecemos a pessoa, e que temos muitas afinidades, mas
ninguém está na vida de ninguém ao acaso. Se encontramos alguém é para dividir,
compartilhar, evoluir e crescer. Aprendi também que podemos, sim, fazer a vida
em comum dar certo, mas que isso vai depender de atitudes amorosas,
compreensivas e ao mesmo tempo fortes e decididas. Quando encontramos alguém,
encontramos também suas histórias, sua criação e limites impostos nessa vida.
Para o amor dar certo, precisamos que o outro também colabore e nos ajude a
crescer.
Os encontros são kármicos, porém, as escolhas e posturas do
momento atual são fundamentais na conquista da felicidade em comum. Às vezes,
uma separação também é um final feliz, e uma forma de viver o amor de uma outra
maneira.
Para o Amor dar certo depende de nós, de nos abrirmos, do
quanto nos dispomos a nos transformar.
Maria Silvia
Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom
muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber
orientações dos seus mentores.
E-mail:morlovas@terra.com.br
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