O ESPIRITISMO
O Consolador Prometido
Frequentemente muitas pessoas
apresentam diversas dúvidas acerca do livre-arbítro e do determinismo.
Analisemos como a Doutrina
Espírita se posiciona.
"A cada um será dado
segundo as suas obras." JESUS (Mateus, cap. 16, vers. 27)
O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ALLAN
KARDEC
115. Dentre os Espíritos,
alguns foram criados bons e outros maus?
Resposta: "Deus criou
todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada
um uma missão com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar,
progressivamente, à perfeição pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los
de Si. A felicidade eterna e pura é para os que alcançam essa perfeição. Os
Espíritos adquirem esses conhecimentos ao passar pelas provas que a Lei Divina
lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais depressa ao
objetivo que lhes é destinado. Outros somente as suportam com lamentação e por
causa dessa falta permanecem mais tempo afastados da perfeição e da felicidade
prometida."
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843. O homem tem sempre o
livre-arbítrio?
Resposta. "Uma vez que
tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria
como uma máquina."
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845. Não constituem obstáculos
ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já
traz consigo ao nascer?
Resposta. “As predisposições
instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou
menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que
será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há,
porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir.
Lembrai-vos de que querer é poder.”
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859. Com todos os acidentes,
que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode
ser evitada, quando tem que ocorrer?
Resposta. “São de ordinário
coisas muito insignificantes, de modo que vos podeis prevenir deles e fazer que
os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam os
sofrimentos materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que
escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que
deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”
a) - Haverá fatos que
forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o
queiram?
“Há, mas que tu viste e
pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias,
entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um
acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de um ato que praticaste por tua
livre vontade, de tal maneira que, se não o houvesses praticado, o
acontecimento não seria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é
senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os
fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são
úteis à tua depuração e à tua instrução.”
......
861. Ao escolher a sua
existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser
assassino?
Resposta. “Não. Escolhendo uma
vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não
sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a
deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre
livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que
cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo
que a ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro
ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.
“Demais, sempre confundis duas
coisas muito distintas: os sucessos materiais e os atos da vida moral. A fatalidade,
que por algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais,
cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos da
vida moral esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem
sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há
fatalidade.”
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