O Farol
Em meio ao mar, surge a construção de pedras, solene.
É um farol, destinado a orientar o rumo dos viajores, nas noites
escuras.
Quem quer que viaje em alto mar se sente seguro
quando, em meio à escuridão, vê surgir o farol.
Ele está lá para servir, para advertir, para
salvar.
A sua luz se projeta a distâncias enormes e,
espancando a escuridão, permite que os que navegam possam perceber
a proximidade dos recifes, os perigos imersos na noite.
O mar investe contra ele, noite e dia. Lança sobre
ele as suas ondas, com furor. Vagas enormes lambem as pedras que se erguem,
majestosas.
No fluxo e refluxo das ondas, o farol continua a
iluminar, imperturbável.
Seu objetivo é servir. Noite após noite, ele estende
a sua luz. Não se incomoda com os continuados e perigosos golpes que o mar lhe
desfere.
Se, em algumas noites, ninguém se aproxima, desejando
a sua orientação, também não se perturba.
Solitário, ele lança sua
luminosidade, sem se preocupar com o isolamento.
Ele continua a postos para qualquer
eventualidade, quando a necessidade surja, quando alguém precise
dele.
* * *
No mar das experiências em que nos encontramos,
aprendamos a trabalhar e cooperar, sem desânimo.
Permaneçamos sempre a postos, prontos a estender as
mãos a quem necessite. Poderá ser um amigo, um irmão ou simplesmente alguém a
quem nunca vimos.
Com certeza não solucionaremos todos os problemas do
mundo. No entanto, podemos contribuir para que isso aconteça.
Se não podemos impedir a guerra, temos recursos para
evitar as discussões perturbadoras que nos alcançam.
Se não conseguimos alimentar a multidão esfaimada,
podemos oferecer o pão generoso para alguém.
Se não dispomos de saúde para doar aos enfermos,
podemos socorrer alguém que sofre dores, oferecendo a medicação devida. Talvez
possamos ser o intermediário entre o doente e o hospital, facilitando-lhe o
internamento.
Se não podemos resolver a questão do analfabetismo,
podemos criar condições propícias para que alguém tenha acesso à
escola.
Mais do que isso. Podemos nos interessar pelos filhos
dos que nos servem, buscando saber se não lhes faltam cadernos e livros, para a
continuidade dos estudos básicos.
Enfim, o importante é continuarmos a fazer a nossa
parte, contribuindo com a claridade que possamos projetar, por mínima que
seja.
Imitemos o farol em pleno mar. Aprendamos a fazer
luz.
* * *
A maior glória da alma que deseja ser feliz é
transformar-se em luz na estrada de alguém.
O raio de luz penetra a furna, levando claridade.
Estende-se sobre o vale sombrio e desata o verdor da paisagem.
Atinge a gota d'água e a transforma em um diamante
finíssimo.
Viaja pelo ar e aquece as vidas.
Como a luz, podemos desfazer sombras nos corações e
drenar pântanos nas almas. Podemos refazer esperanças e projetar
alegrias.
Enfim, como raios de luz espalhemos brilho e calor,
beleza, harmonia e segurança.
Redação do
Momento Espírita, com base nos caps. 19 e 20, do livro Rosângela, pelo Espírito
homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em
17.01.2012.
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