DEZEMBRO: FIM E
RECOMEÇO
O mês de dezembro representa
um fim,... mas um fim que anuncia um recomeço ou um novo ano.
Essa sucessão de anos, que
vão sendo contados em ordem crescente, faz pensar: um aumento numérico
(2009,2010...2011) sem aumento qualitativo pode gerar monstruosidade; exige
qualidade correspondente à quantidade que cresce.
O fim do ano nos aproxima do
fim de nossa caminhada na terra, mas nos aproxima também do começo de nossa vida
definitiva. Se o corpo envelhece, a alma não envelhece; é dotada de juventude
perene; se na velhice do corpo ela não se manifesta, isto se deve a deterioração
do corpo, e não a insuficiência da alma humana, que tem o corpo como seu
instrumento.
Nesse contexto pode-se crer
que três sentimentos movem o cristão peregrino na terra:
1) Gratidão ao Senhor pelo
dom da vida. O tempo é a primeira dádiva de Deus ao homem; é tempo redimido pelo
sangue de Cristo, tempo de santificação ou kairós. Junto com a gratidão vai um
ato de arrependimento pelo possível descaso do tempo que foi confiado a cada um.
Arrepender-se não humilha é atitude nobre, que supõe a coragem de reconhecer a
verdade e confessá-la a Deus e a quem compete ouvi-la.
2) Mais maturidade... A vida
é uma escola, em que vamos aprendendo a escalonar sempre melhor os nossos
valores, de modo a viver sempre mais acertadamente na demanda do Absoluto e
Definitivo. O começo de novo ano é um convite a mais seriedade e profundidade.
São Paulo fala muito do crescer em maturidade: "Não sejamos crianças, joguetes
das ondas, sacudidos por qualquer vento de doutrina; ao contrário, com a
sinceridade do amor, cresçamos até alcançar inteiramente aquele que é a Cabeça,
Cristo" (Ef 4,14s).
3) Alegria... Se, de um lado,
o corpo vai-se fragilizando com o tempo e obrigando a renunciar a muitos valores
legítimos, de outro lado, o cristão se regozija porque vai chegando ao fim da
sua peregrinação e, como um barco que navega, é mais e mais penetrado pela luz
da vida definitiva emitida pelo porto ao qual tende. A vida do cristão não pode
deixar de ser marcada por uma viva alegria interior, pois deve ser um progresso
que, deixando para trás infantilismo e imaturidade, vai sendo invadida pelos
valores eternos que lhe serão cada vez mais próximos. Só há um mal que possa
perturbar essa alegria íntima: o pecado ou a fuga diante do Absoluto e
Eterno.
É com estas ponderações que
desejamos a todos os nossos leitores e amigos um santo fim de ano e abençoado
2012, que seja um passo largo em demanda da Eternidade!
Autor: Pe. Estêvão
Bettencourt
Enviado por: J.E.O.Bruno
Enviado por: J.E.O.Bruno
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