quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

 DEZEMBRO: FIM E RECOMEÇO

O mês de dezembro representa um fim,... mas um fim que anuncia um recomeço ou um novo ano.

Essa sucessão de anos, que vão sendo contados em ordem crescente, faz pensar: um aumento numérico (2009,2010...2011) sem aumento qualitativo pode gerar monstruosidade; exige qualidade correspondente à quantidade que cresce.

O fim do ano nos aproxima do fim de nossa caminhada na terra, mas nos aproxima também do começo de nossa vida definitiva. Se o corpo envelhece, a alma não envelhece; é dotada de juventude perene; se na velhice do corpo ela não se manifesta, isto se deve a deterioração do corpo, e não a insuficiência da alma humana, que tem o corpo como seu instrumento.

Nesse contexto pode-se crer que três sentimentos movem o cristão peregrino na terra:

1) Gratidão ao Senhor pelo dom da vida. O tempo é a primeira dádiva de Deus ao homem; é tempo redimido pelo sangue de Cristo, tempo de santificação ou kairós. Junto com a gratidão vai um ato de arrependimento pelo possível descaso do tempo que foi confiado a cada um. Arrepender-se não humilha é atitude nobre, que supõe a coragem de reconhecer a verdade e confessá-la a Deus e a quem compete ouvi-la.

2) Mais maturidade... A vida é uma escola, em que vamos aprendendo a escalonar sempre melhor os nossos valores, de modo a viver sempre mais acertadamente na demanda do Absoluto e Definitivo. O começo de novo ano é um convite a mais seriedade e profundidade. São Paulo fala muito do crescer em maturidade: "Não sejamos crianças, joguetes das ondas, sacudidos por qualquer vento de doutrina; ao contrário, com a sinceridade do amor, cresçamos até alcançar inteiramente aquele que é a Cabeça, Cristo" (Ef 4,14s).

3) Alegria... Se, de um lado, o corpo vai-se fragilizando com o tempo e obrigando a renunciar a muitos valores legítimos, de outro lado, o cristão se regozija porque vai chegando ao fim da sua peregrinação e, como um barco que navega, é mais e mais penetrado pela luz da vida definitiva emitida pelo porto ao qual tende. A vida do cristão não pode deixar de ser marcada por uma viva alegria interior, pois deve ser um progresso que, deixando para trás infantilismo e imaturidade, vai sendo invadida pelos valores eternos que lhe serão cada vez mais próximos. Só há um mal que possa perturbar essa alegria íntima: o pecado ou a fuga diante do Absoluto e Eterno.

É com estas ponderações que desejamos a todos os nossos leitores e amigos um santo fim de ano e abençoado 2012, que seja um passo largo em demanda da Eternidade!



Autor: Pe. Estêvão Bettencourt
Enviado por: J.E.O.Bruno

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