domingo, 9 de dezembro de 2012

Meu Querido Osano, realmente esse texto não é novo, já postei no envelhecer.
Mas é tão interessante que podemos postar tantas quantas vezes a gente quiser..
Afinal estou idosa...posso tudo....hahahahaha
Obrigada pelo texto e por você existir,
Um beijão.
  Tô IDOSA!
Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.  Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítica de mim mesmo.  Eu me tornei minha própria amiga ..  Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.  Eu tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?  Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 &70, e se eu, ao mesmo tempo,  desejo  chorar por um amor perdido ...  Eu vou.
Vou andar na praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.
Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecida.  Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser idosa.

A idade me libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.  E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
Que nossa amizade nunca se separe porque é direto do coração!

Desconheço o autor do texto, se alguém souber, por favor me avise para que se faça justiça.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012


Oração do idoso
Padre Eduardo Dougherty

Bem-aventurados aqueles que compreendem meus passos vacilantes e minhas mãos trêmulas.

Bem-aventurados os que levam em conta que meus ouvidos captam as palavras com dificuldade e por isso, procuram falar mais alto e pausadamente.

Bem-aventurados os que percebem que meus olhos já estão nublados e minhas reações são lentas.

Bem-aventurados os que nunca me dizem:
Você já me contou isso inúmeras vezes.!

Bem-aventurados os que desviam o olhar, simulando não ter visto o café que por vezes derramo.

Bem-aventurados os que sorriem e conversam comigo.

Bem-aventurados os que sabem  dirigir a conversa e as recordações para as coisas dos tempos passados.

Bem-aventurados todos aqueles que me dedicam afeto e carinho, fazendo-me assim pensar em Deus.

Quando entrar na eternidade, lembrar-me-ei deles, junto ao Senhor.

Bem-aventurados os que me ajudam a atravessar a rua e não lamentam o tempo perdido que me dedicam.

Bem-aventurados os que me fazem sentir que sou amado e não estou abandonado, tratando-me com respeito.

Bem-aventurados os que compreendem quanto me custa encontrar forças para carregar a minha cruz.

Bem-aventurados os que amenizam os os meus últimos anos sobre a terra.

Amém

domingo, 28 de outubro de 2012


Sexalescentes

“Se estivermos atentos, poderemos notar que está aparecendo uma nova franja social: a das pessoas que andam à volta dos sessenta anos de idade, os sexalescentes: é a geração que rejeita a palavra “sexagenário”, porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.
Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica – parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.
Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta, teve uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram durante décadas ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram, há muito, a atividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados… Alguns nem sonham em aposentar-se.
E os que já se aposentaram, gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou da solidão, crescem por dentro, quer num, quer na outra.
Desfrutam a situação, porque, depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem bem olhar para o mar, sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5.ºandar…
Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e ativas, a mulher tem um papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar.
Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude, em que eram tantas as mudanças, parou e refletiu sobre o que, na realidade, queria.
Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas …
Mas cada uma fez o que quis: reconheçamos que não foi fácil, e, no entanto, continuam a fazê-lo todos os dias.
Algumas coisas podem dar-se por adquiridas.
Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos “sessenta”, homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se), e até se esquecem do velho telefone para contactar os amigos – mandam e-mails com suas notícias, ideias e vivências.
De uma maneira geral, estão satisfeitos com o seu estado civil e, quando não estão, não se conformam e procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos.
Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota, e parte para outra …
Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas, quase insolentes de beleza; mas não se sentem em retirada.
Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo … Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.
Hoje, as pessoas na década dos sessenta estreiam uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos, e agora já não o são. Hoje têm boa saúde, física e mental, recordam a juventude, mas sem nostalgias, porque a juventude ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.
Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios…
Talvez por alguma secreta razão, que só sabem e saberão os que chegam aos 60 no século XXI …”
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Quase
Sarah Westphal 

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Privilegiada velhice
  
O anúncio de sua morte se deu em 2009, poucos dias antes dela completar noventa e nove anos de idade. Em 2005, foi descoberta por uma equipe de reportagem, realizando seu voluntariado junto a idosos.
Natural de Bassano del Grappa, norte da Itália, veio para o Brasil fugindo da guerra.
Ela ganhou as telas das emissoras televisivas, sendo entrevistada em dois programas nacionais, em 2008. Numa delas afirmou que, no ano anterior, aos noventa e sete anos, tinha renovado sua carteira de motorista.
E, apesar de recomendações dos familiares para abandonar a direção, ela continuou a comparecer ao serviço voluntário, em dois locais diferentes, dirigindo seu fusca laranja, ano 74.
Recebeu do governo do Rio Grande do Sul o troféu Ana Terra, pelos relevantes serviços prestados à comunidade.
Radicada em Bento Gonçalves, no estado gaúcho, demonstrava agilidade física e mental.
Seu nome é Ana Varianni. Servindo ao seu semelhante, no Lar do ancião e na Sociedade Beneficente Santo Antônio, mostrava grande carinho.
Em uma das instituições, era responsável por nada menos de doze idosos, que se encontravam na faixa dos setenta-setenta e cinco anos.
Servia-lhes a alimentação na boca, dadas as deficiências de que eram portadores. E, no seu sotaque italiano carregado, que lhe conferia ainda mais especial sonoridade, ela amassava a comida para os que não tinham possibilidade de boa mastigação e incentivava:
Ora, vamos, onde se viu uma senhora dessa idade não querer comer? Se não comer, não pode viver. Vamos lá!
Cuidadosa, afirmava que agora, quase aos cem anos, não se permitia dirigir em grande velocidade, ia devagar. A uma indagação espirituosa do entrevistador que se disse apaixonado por ela e lhe propôs casamento, ela objetou:
Meu amigo, nessa altura da vida, o melhor é que sejamos bons amigos!
Seu filho assim se expressou, quando da ocorrência de sua morte: Tenho a melhor das lembranças de minha mãe. Ela viveu intensamente e alcançou todos os objetivos da vida dela com os filhos, os netos e trabalhando para o bem-estar da sociedade.
*  * *
Ana morreu deixando o exemplo do dinamismo que os anos não podem apagar. Altera-se a máquina física, as forças já não são tão intensas, contudo, a vontade de agir permanece firme.
Exemplo para tantos que nos dizemos tristes porque já não podemos fazer tudo que fazíamos na juventude. Seria de analisar: Será que não conseguimos mesmo ou será que nos acomodamos, em nome de uma certa soma de anos vividos?
Exemplos inúmeros existem que nos demonstram que o Espírito se sobrepõe ao corpo e o comanda.
Maia Plisetskaya,  a bailarina russa, aos sessenta e um anos de idade, com um corpo impecável de bailarina clássica, dançou O lago dos cisnes.
Interpretou a infeliz Odete que, transformada em cisne branco morre de amores. Extraordinária performance.
Essas criaturas nos dizem que devemos sacudir a poeira dos ombros, retirar as teias de aranha do pensamento e viver.
Viver intensamente, não nos permitindo parar de aprender, de estudar, de produzir. Da forma que consigamos.
Alguns poderemos ter algumas limitações. Busquemos superá-las e, de uma vez para sempre, retiremos do nosso vocabulário as frases: Estou velho. Não sirvo mais para nada.

Redação do Momento Espírita.
Em 28.08.2012.

domingo, 9 de setembro de 2012



Só depende de nós...
Charles Chaplin

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim."

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


 O Preço da Idade
Silvia Schmidt

UM GRANDE PREÇO QUE PODE SE PAGAR PELA IDADE:

- Não é uma aparência menos jovem ou menos bela:
é o peso da inconformação com isso.

- Não é olhar para trás e ver que muito se perdeu por lá:
é deixar de atentar para o quanto se pode ganhar no " já ".

- Não é ter alguns movimentos limitados por ela:
é não perceber que a vida continua em movimento
contínuo e equilibrado para cada fase de si mesma.

- Não é ser rejeitado pelos mais jovens:
é esquecer-se das vantagens que a experiência
e a vivência sempre trazem.

- Não é ser esquecido em convites para festinhas de "embalo" :
é tornar-se indiferente à festa da Vida.

- Não é a tão frequente ausência de romantismo:
é a descrença no amor, que não escolhe tempo.

- Não é a frustração de ver-se excluído da chamada "moda jovem" :
é a não percepção de que bom gosto não sai de moda.

- Não são os finais de semana diante da televisão:
é a recusa em reconhecer que há outras alternativas
menos enfadonhas e repetitivas.

- Não é a crença de que o raciocínio torna-se mais lento:
é dar-se como incapaz para novos aprendizados
e parar de exercitar a inteligência.

- Não é o dizer-se "realista" :
é dar adeus aos sonhos ainda não realizados
e desistir de sonhar.

Mas o GRANDE e MAIOR preço que pode se pagar pela idade
é desistir de si mesmo,
crer que a Vida se acabou quando ela mal começou.


sábado, 18 de agosto de 2012



COMODISMO E MODOS DE VIDA
Autor Desconhecido.

Uma coisa que acho muito interessante, é a maneira com que a maioria das pessoas encara a própria vida. Existe um certo fatalismo com certos conceitos que "não se discutem".
Por exemplo, quantas vezes um casal que já não se entende mais, permanece junto "por causa dos filhos" , ou então porque "o que vão dizer os amigos, ou parentes".
Ou então, permanece-se em um emprego, "só por causa da segurança".
Por vezes, deixa-se passar oportunidades de grandes mudanças na vida "só para não ficar longe da família".
Esses, são conceitos que tendem a levar ao comodismo na vida. Na verdade, o que faz com essas pessoas se apeguem aos conceitos, é uma certa covardia em enfrentar mudanças. Por medo do insucesso, não se vai atrás dos sonhos, do grande objetivo na vida. Existe uma frase cujo autor desconheço, que diz simplesmente, que o medo de perder nos impede de ganhar.
Exemplificando, quando resolvemos ir para o Congo, tivemos que enfrentar forte oposição de familiares e amigos, que diziam ser rematada loucura o que iríamos fazer, e como poderíamos viver longe de todos. Não posso dizer como seria minha vida se não tivesse ido... só sei que não teria aprendido a grande lição de vida que aprendi vivendo lá, além de outras vantagens pecuniárias... Enfim... são decisões que devem ser tomadas na hora certa, e da maneira correta.
E que grande verdade é este pensamento. Assim, cada vez que nos surgir a pergunta: será que vai dar certo? O que realmente há que se fazer, é mudar o rumo da pergunta para: o que é preciso fazer para que dê certo?
Geralmente quando se chega a uma encruzilhada, não podemos perder muito tempo com indecisões. Um caminho tem que ser seguido, e quanto mais rápido, melhor.
Agora o que mais serve de entrave, são os velhos conceitos de vida, que costumam ser apresentados como "verdades absolutas", e ficam muito arraigados dentro do espírito de muita gente.
Outro tipo de "verdades absolutas" é aquele apresentado pelos pais que procuram determinar os destinos dos filhos, porque sabem "o que é melhor para eles". Ora, os jovens devem ser preparados para escolher seus destinos, ao invés de ter de seguir caminhos já traçados.
É uma diferença muito grande, entre orientar-se os filhos preparando-os para que eles possam escolher que rumo tomar na vida, seguindo seu sonho, sua vocação, ou simplesmente escolher que carreira os filhos devem seguir, "porque é melhor para eles".
Quem deve saber o é melhor para eles, são eles mesmos.
O principal é ter coragem para tomar decisões. Se serão certas ou erradas, o tempo dirá.
O importante, é tomá-las.

segunda-feira, 30 de julho de 2012


O Rio

O rio corre em direção ao mar. Durante o seu percurso, ele ganha velocidade, até o momento em que se defronta com algumas curvas, que o fazem diminuir o ímpeto de encontrar o grande oceano.

Quando passa por esses obstáculos da natureza, encontra pedras grandes em seu leito, que lhe rasgam a superfície e lhe modificam o curso e o ritmo natural.

Assim, entre barreiras e percalços, ele segue a sua trajetória com uma só certeza: a de que encontrará o mar, ganhando a liberdade e alegria almejadas.

A vida de todos nós se assemelha ao curso de um rio.

Estamos constantemente traçando planos, buscando um oceano de sonhos e realizações, seja no âmbito pessoal ou profissional.

Inúmeras vezes deparamo-nos com obstáculos que nos impedem de seguir adiante da forma inicialmente planejada.

É o momento em que a vida nos mostra que precisamos trabalhar, em nós mesmos, inúmeras virtudes, entre elas a fé, a resignação e a paciência.

Manter viva a crença de que somos capazes de alcançar nossos objetivos, apesar de todas as curvas e pedras que encontrarmos no caminho, torna-nos fortes o suficiente para continuar adiante.

Não há fronteiras para quem sabe o que deseja e possua a persistência para buscar.

Se os desvios na trajetória nos trazem dor e tristeza, acreditemos que, mais adiante, a tão almejada felicidade será alcançada.

Não nos apeguemos a essas dores passageiras. Entendamos que elas fazem parte da caminhada, rumo ao objetivo final.

Assim como as pedras modificam o curso e a velocidade dos rios, pode ser que os percalços do caminho nos deixem cicatrizes e nos façam esperar mais tempo para alcançar nossos mais profundos sonhos.

Mas, quando exercitamos a paciência e carregamos a certeza de que as metas finais serão alcançadas, essas cicatrizes deixam de ter importância. Apenas contarão uma história.

A porta da real felicidade exige sacrifícios. São justamente essas lutas que conduzirão a alma à imensa ventura.

Para atravessarmos essa porta, basta que mantenhamos firme a vontade e que não enfraqueçamos diante das lutas, confiando que estamos amparados pelo amor Divino.

Jesus nos propôs coragem e bom ânimo diante de tudo o que sofrêssemos. O desalento e o desânimo perante os momentos críticos indicam inclinação à derrota.
*  *  *

À frente de toda dificuldade que nos apareça, trabalhemos no sentido de superá-la com alegria.

Diante de toda dor que nos alcance, realizemos o nosso esforço de modo a suplantá-la, mantendo a chama da esperança de tempos melhores adiante.

Se tivermos que sofrer e chorar, o façamos confiantes de que        Deus vela e que mais dia menos dia, nossos dramas serão resolvidos, se perseverarmos na ação feliz do bem até o fim.

Sem dúvida, Jesus é aquele que nos veio ensinar a extrair o lado bom e útil de todo sofrimento que nos seja imposto.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.29, do livro Quem é o Cristo,
pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 23.07.2012.

terça-feira, 24 de julho de 2012


 Velhice: Uma etapa da vida
 Psic. Simone Bracht

Hoje, aos 40 anos, sonho envelhecer com orgulho. Assim como disse Lya Luft no livro Perda e Ganhos, quero ser uma velha de espírito velho. Pois o espírito velho é mais sereno, elegante e sábio do que o jovem.

Tenho me perguntado por que as pessoas resistem à fase da vida que começa por volta dos 60 anos (segundo a OMS). Em geral, as pessoas com mais de 60 anos não gostam de ser chamadas de velhos ou de idosos e não gostam de ser percebidas como idosos. Lutam constantemente para parecerem jovens.

As pessoas com mais de 60 dizem que não se sentem bem ao serem chamadas de idosos ou de velhos. Dizem sentirem-se desvalorizadas, como um objeto velho que já não tem mais utilidade.  Sentem-se desrespeitadas e percebem uma carga de preconceito nestas palavras.

Mas porque não se sentir velho ou idoso? O que tem de ruim em ser um velho? Em que está o preconceito ou desvalorização? Nos mais jovens? Nos próprios idosos? Na sociedade como um todo?

Vivemos em uma sociedade voltada para a juventude. Apenas o que é novo é belo. E não estou falando apenas de pessoas, mas de objetos também. Apenas o que é novo e moderno é bom. Se a bateria do celular está gasta, não vale à pena trocar. Jogamos fora o aparelho e compramos outro, mais moderno, com câmera e acesso a internet. Roupa velha e confortável é só para usar em casa. Que mensagens são estas? Que velho é ultrapassado e descartável. Que só deve ficar em casa.  É nesta sociedade da novidade, dos lançamentos, da rapidez e da agilidade que nós temos que envelhecer aceitando nossas limitações e mudanças físicas. Aceitar o envelhecimento exige um alto grau de autoestima, para viver a velhice com satisfação.

Podemos ser velhos inteligentes, interessantes, esportistas, viajados, divertidos, com histórias para contar, com experiências para passar, com habilidades e felizes. É preciso entender que estas coisas não são possíveis apenas para os jovens. Ser velho ou idoso é uma etapa da vida na qual podemos ser muitas coisas. Não precisamos ser jovens para ser ou fazer o que queremos. Aliás, é muito mais fácil para um velho, com toda a sua experiência e maturidade escolher ser ou fazer o que quer. Os jovens, em geral, ainda precisam provar muitas coisas, para si próprios e para os outros, e nem sempre podem ser ou fazer o querem. 

O outro motivo pelo qual as pessoas se negam a envelhecer diz respeito à visão que temos de que ficar velho é acabar.  Velhice não é o fim. O fim é a morte. E para morrer, não é preciso estar velho, basta ter nascido. Então devemos viver esta etapa da vida como as outras, com planos de futuro, com amizades, família, quem sabe trabalho ou outras atividades que nos interessem.

Vamos fazer um breve balanço das etapas anteriores da vida. Quando somos bebês, não caminhamos e não falamos. São estas nossas desvantagens. Quando crianças, ouvimos não o tempo inteiro, não podemos dormir tarde, temos que obedecer nossos pais, então são estas as nossas desvantagens. Na adolescência temos inseguranças. Queremos crescer, mas temos medo da vida adulta. Estamos feiosos, desproporcionais e com espinhas. Na vida adulta nos falta tempo, nossa vida é cheia de preocupações. Temos que cumprir as regras sociais, bom emprego, casamento feliz, filhos bem educados, leitura e cinema em dia, e por aí vai.

A velhice é uma etapa da vida como as demais. Com coisas boas e ruins. Costumo dizer que velhice é coisa nova. Temos tido a oportunidade de ver na mídia reportagens sobre a longevidade e o aumento da expectativa de vida como algo novo. Sendo assim, a sociedade ainda não está pronta para entender a velhice como uma etapa da vida assim como a infância, a adolescência e a vida adulta. 

Há algumas décadas atrás a sociedade e as famílias precisavam se adaptar a novidade que era a mulher/mãe sair de casa para trabalhar. Hoje a sociedade e a família precisam se adaptar ao envelhecimento.

Ainda não sabemos com qual nome a sociedade e a ciência definirão esta etapa da vida. Hoje a sociedade chama de 3ª idade e a ciência denomina de idoso. O certo é que, independente do nome que será dado, ainda temos muito que aprender sobre esta etapa da vida e sobre como conviver e viver a velhice.